6 PALMEIRAS NATIVAS PARA PROJETOS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA

Palmeiras possuem uma grande importância como recurso alimentar para uma grande quantidade de animais. Mamíferos, aves, répteis, peixes e insetos consomem os seus frutos.

Muitas espécies de palmeiras possuem longos períodos de floração e de frutificação, e grande parte delas floresce e frutifica o ano todo. Com isto flores e frutos ficam disponíveis praticamente o ano todo, inclusive nos períodos de escassez de outros recursos.

Além disso, os seus frutos apresentam um alto valor nutritivo, contendo um alto teor de carboidratos e óleos, sendo uma excelente fonte de energia para os animais.

Além de flores e frutos, as palmeiras também ofereçem palmitos, os quais servem de alimento para primatas, antas e taiaçus. Os animais recorrem a este recurso principalmente na estação seca, quando o palmito suculento representa uma das poucas fontes de água existentes.

E as palmeiras também oferecem abrigo através da sua folhagem densa. Primatas e preguiças buscam abrigo nas palmeiras, principalmente quando faz muito frio ou quando venta muito. Além disso, muitos animais terrestres usam a palmeiras de caule subterâneo para se proteger de chuva e vento. E um grande número de aves utiliza as palmeiras como poleiro.

Por esta razão as palmeiras devem ser consideradas espécies-chaves para o suprimento da fauna em ecosistemas tropicais e  não devem faltar em projetos de restauração ecológica.

Queremos apresentar aqui algumas alternativas de palmeiras nativas muito robustas, as quais se destacam pela grande quantidade de espécies animais que se alimentam dos seus frutos, folhas e palmitos.

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MACAÚBA

ACROCOMIA ACULEATA

A macaúba é uma bela palmeira esguia de 10 a 15 metros de altura. Seu visual é muito parecido com coqueiros e o estipe é coberto de espinhos, razão pela é também chamada de „coco de espinho”.

A espécie ocorre naturalmente em florestas ciliares no fundo de vales e baixadas, sendo tolerante a inundações temporárias. Pose ser encontrada praticamente no Brasil todo.

Seus frutos são muito importantes para a nutrição de animais de grande porte como por exemplo antas, macacos-pregos, cotias, capivaras, emas, araras, tatu-peba e diversas espécies de aves grandes e suas flores atraem abelhas.

A polpa saborosa dos frutos de 3 a 5 centímetros e as amêndoas contidas no coquinho são comestíveis. Da polpa são feitos sucos e sorvetes e as sementes servem para a confecção de paçoca, cocada, farinha, bolos, doces e mingau. Os frutos servem para a produção de azeite. O palmito é considerado uma iguaría.

A macaúba necessita de sol pleno e solos férteis bem drenados para se desenvolver com todo esplendor, mas tolera vários tipos de solo. A macaúba não tolera solos permanentemente encharcados. Possui crescimento muito rápido e requer somente quantidades moderadas de água.Tolera secas e é resistente a fogos. É uma planta que requer pouca manutenção.

JUÇARA

EUTERPE EDULIS

A palmeira juçara é uma palmeira muito ornamental, de estipe e folhagem delicadas. É uma excellente opção para projetos paisagísticos urbanos, pois é uma palmeira que tolera bem a sombra entre os prédios. Além da sua beleza excepcional, ela é de grande importância para o suprimento da avifauna urbana, pois o arilo do seu fruto serve de alimento para diversas espécies de aves.

Seus belos frutos roxo escuros se destacam da folhagem verde e conferem a palmeira um belíssimo visual. Os frutos chegam a medir de 10 a 19 mm e sua polpa é comestível. O saboroso açaí produzido com a polpa é muito apreciado no Brasil e no exterior.

A juçara não deve faltar em projetos de restauração ecológica. Trata-se de uma espécie-chave para o suprimento da fauna. Suas flores são uma excelente fonte de néctar para abelhas e insetos. Osseus frutos oferecem alimento para macacos-prego, bugios, antas, queixadas, catetos, lobinhos-do-mato, traíras, quatis, cotias, caxinguêles, gambás, pequenos roedores, morcegos, tucanos, tucanos-de-bico preto, tucanos-de-bico-verde, araçari-poca, araçari-banana, araçari-de-bico-branco, jacutingas, jacus, gralhas-azuis e muitas espécies de aves pequenas.

A juçara prefere solo fértil e úmido e um posicionamento na meia-sombra. Tolera um posicionamento no sol contanto que haja umidade o suficiente no solo.

JERIVIVÁ

SYAGRUS ROMANZOFFIANA

O jerivá é uma bela palmeira de 7 a 15 metros de altura. Trata-se de uma espécie ornamental, muito utilizada na arborização de ruas e projetos paisagísticos em todo o país e no exterior. Suas belas inflorescências amarelo claras surgem o ano todo em forma de cachos pendentes. O jerivá é uma planta que necessita de poucos cuidados e a qual é muito resistente a condições ambientais adversas. Ela é uma ótima opção para quem quiser atrair pássaros para o seu jardim ou espaço verde.

A espécie ocorre naturalmente numa grande variedade de ambientes, como restingas, florestas montanas, cerradão, em regiões costeiras e ao longo de rios, sendo tolerante a inundações temporárias. Resiste a geadas de até -10°C. Possui tolerância alta a ventos fortes. Não tolera o plantio em áreas permanentemente encharcadas.

Seus belos frutos laranjas chegam a medir 10 a 30 mm. Tanto a polpa, como as sementes encontradas dento dos coquinhos são comestíveis. A polpa pode ser consumida in natura ou ser utilzada para a produção de doces, geléias e sorvetes. As sementes possuem um sabor parecido com o de amendoim e podem ser utilizados para a produção de azeite. A palmeira leva de 5 a 6 anos até começar a produzir os frutos.

O jerivá é de extrema importância ecológica tanto nas áreas urbanas como também nas florestas e paisagens, pois os seus frutos nutrem inúmeras espécies animais e suas flores oferecem alimento para polinizadores como as abelhas. Trata-se de uma espécie-chave para o suprimento da fauna. Os frutos oferecem alimento para macacos-prego, macacos-prego-de-cresta, bugios-marrons, muriquis-do-sul, antas, queixadas, catetos, lobinhos-do-mato,graxains, traíras, quatis, cotias, caxinguêles, gambás, pequenos roedores, morcegos, tucanos-de-bico preto, tucanos-de-bico-verde, araçaris, jacus e muitas espécies de aves pequenas. Floresce e frutifica praticamente o ano todo, inclusive na estação seca, época de escassez natural de água e alimentos.

O jerivá tolera todos os tipos de solo e se desenvolve bem na meia-sombra ou a pleno sol. No entanto se desenvolve melhor em solos férteis e úmidos bem drenados, contendo muita matéria orgânica. Quando jovem, esta palmeira aprecia o sombreamento parcial.

GURIRI

ALLAGOPTERA ARENARIA

O guriri é uma belíssima palmeira acaule, muito indicada para ser usada em projetos paisagísticos. Vem sendo bastante empregada no paisagismo, principalmente em áreas litorâneas. Chega a ter uma altura de 2 a 3m e costuma formar conglomerados.

A velocidade de crescimento é lenta nos primeiros anos, mas acaba sendo moderaga a rápida após o estabelecimento da planta. Podem formar maciços se deixados por muito tempo num local. Necessita de poucos cuidados e é muito resistente a secas, vento e salinidade, sendo uma espécie muito indicada para ser utilizada nas regiões costeiras.

Ocorre naturalmente em solos arenosos de restingas, mas se adapta facilmente a todos os solos contanto que possuam boa drenabilidade. Resiste a geadas até -3°C. Plantas adultas toleram secas, salinidade e ventos fortes. É uma espécie resistente a fogo.

Os frutos são pequenos cocos de 13 a 25 mm que formam espigas. A polpa suculenta e fibrosa é comestível e muito indicada para consumo in natura ou cozida. Pode ser utilizada para a produção de geléias e molhos.

O guriri não deve faltar em projetos de restauração ecológica. Seus frutos servem de alimento para diversas espécies animais e suas flores oferecem néctar para polinizadores. Floresce e frutifica várias vezes ao ano. Suas folhas em formato de roseta ofereçem um ótimo abrigo para animais e debaixo de suas folhas ocorre acúmulo de matéria orgânica no solo, criando um ambiente perfeito para o estabelecimento de outras espécies. Pode ser utilizada para a proteção do solo, servindo como barreira contra o vento. Neste contexto pode ser utilizada para a fixação e proteção de dunas.

O guriri se desenvolve bem em todos os solos com boa drenabilidade, principalmente nos solos arenosos. Deve ser plantado a pleno sol. Se desenvolve melhor a pleno sol em solos férteis arenosos. Requer quantidades moderadas de água. É uma planta muito robusta, que tolera períodos de estiagem e requer pouca manutenção.

BUTIÁ

BUTIA CAPITATA

O butiá é uma linda palmeira de até 8 metros de altura. Seu porte arquitetônico e a bela textura do seu tronco lhe conferem um visual inconfundível.

A espécie ocorre naturalmente em áreas mais secas, sempre em solos bem drenados. Tolera secas e pode ser plantada no litoral.

Seus grandes frutos laranjas de cerca 35mm de diâmetro são comestíveis e muito apreciados. Podem ser consumidos in natura ou em forma de geléias, bolos ou molhos. As sementes são utilizadas para a produção de azeite e margarina.

É uma espécie que não deve faltar em projetos de restauração ecológica, pois os seus saborosos frutos servem de alimento para diversas espécies animais e as flores são muito procuradas por abelhas. Os seus frutos ofereçem alimento para macacos-prego, antas, veados, graxains, mãos-peladas, cotias, gambás e tucanos.

O butiá tolera o plantio na meia-sombra e a pleno sol. No entanto O se desenvolve melhor a pleno sol em solos férteis, úmidos e bem drenados em regiões com clima mais seco. Tolera o plantio em solos arenosos. É uma palmeira de crescimento lento.

INDAIÁ

ATTALEA DUBIA

O indaiá é uma belíssima palmeira de grande porte, que chega a ter uma altura de 25 metros. Como todas as Attaleas ela possui uma copa em formato de V e se destaca pelo estipe largo. É uma ótima opção para substituir as tamareiras exóticas.

A espécie ocorre naturalmente em florestas ombrófilas nas regiões costeiras onde existem solos bem drenáveis.

Os frutos de 3 a 4 centímetros de tamanho contém saborosas sementes comestíveis. Esta sementes medem até 25mm. Estas são muito indicadas para consumo in natura. Também a polpa é de ótimo sabor.

Na restauração ecológica, o indaiá exerce um papel fundamental no suprimento da fauna, pois seus grandes frutos altamente nutritivos servem de alimento para diversas espécies animais. Os frutos oferecem alimento para antas, macacos-prego, cotias, lobinhos-do-mato, caxinguêles, cuícas-de-quatro-olhos e aves.

O indaiá se desenvolve bem na meia-sombra ou a pleno sol. Necessita de solos férteis bem drenados. Se desenvolve melhor em solos férteis, úmidos e bem drenados, contendo muita matéria orgânica.

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