BUTIA ERIOSPATHA

Butiá-da-serra

Butiá-da-serra

O butiá-da-serra é uma bela palmeira arbórea com 3 a 11 m de altura e estipe (tronco) com 40 a 50 cm de diâmetro. Apresenta estipe único e ereto e forma agrupamentos puros bastante densos (“ butiazais”) em regiões de altitude de vegetação aberta das Matas dos Pinhais (Floresta Ombrófila Mista), associadas ao domínio fitogeográfico Mata Atlântica.

Mapa de distribuição

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Características

O butiá-da-serra é uma bela palmeira com 3 a 11 m de altura, cujo estipe atinge 40 a 50 cm de diâmetro.
Apresenta estipe único e ereto e tende a  formar agrupamentos densos (“ butiazais”).

Paisagismo

O butiá-da-serra é extremamente ornamental, principalmente pela coloração de suas folhas azul-esverdeadas.
A espécie aceita plantio em vaso.
O butiá-da-serra vem sendo utilizada muito em projetos paisagísticos no exterior e no sul do Brasil

Requerimentos

Se desenvolve com todo esplendor a pleno sol em solo fértil, úmido, bem drenado com muita matéria orgânica.
No entanto prefere uma sombra esparsa quando jovem.

Manutenção

Requer pouca manutenção.
Basta retirar as folhas secas e adubar duas vezes por ano.
Recubra o solo na área correspondente á copa mais um anel de cerca de 50cm de largura.
O material orgânico pode ser terra de compostagem, misturas á base de esterco, húmus de minhoca ou serapilheira.

Frutos e sementes

Os frutos do butiá são globosos, com polpa carnosa e adocicada, amarelos, medindo cerca de 2 cm de diâmetro e contendo de 1-3 sementes, ricas em compostos fenólicos e carotenoide.

Comestibilidade

Os frutos suculentos do butiá são comestíveis e podem ser consumidos in natura ou na forma de geleias, sucos ou molhos..
Sua amêndoa também é comestível e fornece óleo alimentar.

Fenologia

REGIÃO SUL
FLORAÇÃO  |  novembro – janeiro
FRUTIFICAÇÃO  |   janeiro – maio

Distribuição geográfica e habitat

HABITAT

BIOMA
Mata Atlântica

TIPO DE VEGETAÇÃO
Campo Limpo – Campo de Altitude – Palmeiral

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA

REGIÃO SUL
Rio Grande do Sul – Santa Catarina – Paraná

* Adaptado da Lista de Espécies do Flora do Brasil

Adaptabilidade

O butiá é uma palmeira endêmica da Floresta Ombrófila Mista, onde apresenta vasta, porém descontínua dispersão. Ocorre também nos Pampas.
Seus indivíduos apresentam distribuição espacial agregada, às vezes densa e extensa formando butiazais.
Ocorre em altitudes de 700 a 1200m.
A espécie é muito resistente a ventos e geadas.
Tolera geadas de até -12°C, sendo considerada a espécie de butiá mais resistente ao frio.
No entanto tolera essas máximas de frio somente em lugares protegidos de vento.

Restauração ecológica

O butiá-da-serra deve ser considerado uma espécie-chave para a alimentação da fauna, pois seus frutos servem de alimento para muitos animais, inclusive para animais de grande porte.
A espécie é apícola e de importância para polinizadores.
A espécie é classificada como pioneira.
A espécie está avaliada como Em Perigo (EN) no status de conservação da espécie, ou seja, quando a melhor evidência disponível indica que uma espécie provavelmente será extinta num futuro próximo. Este é o segundo estado de conservação mais grave para as espécies na natureza.
A espécie encontra-se ameaçada de extinção devido à venda ilegal de plantas adultas nos mercados locais e internacionais, à exploração insustentável de seus frutos, à presença do gado nas áreas de ocorrência e, à degradação e redução de seu hábitat devido aos reflorestamentos com espécies exóticas.

Contribuição para a conservação animal

O butiá-da-serra fornece alimento para polinizadores.

Os frutos fornecem alimento para:
-antas (Tapirus terrestris)
-bugios-pretos (Alouatta caraya)
-caxinguelês (Sciurus spp.)
-papa-laranjas (Pipraeidea bonariensis)
-sanhaços-azuis (Tangara sayaca).

 

Polinização

A polinização é realizada por diversos insetos:

-abelhas (Apis mellifera)
-coleópteros,
-meliponídeos
-vespas

Dispersão

Zoocórica

Dispersores

A espécie é dispersa por bugios-pretos (Alouatta caraya) e antas (Tapirus terrestris)

Utilidade

UTILIDADE I
A planta possui uso medicinal.

UTILIDADE II
As folhas do butiá são utilizadas na fabricação de chapéus, cestas, cordas e enchimentos de colchões e estofados.

MADEIRA 
A madeira (estipe) do butiá é moderadamente pesada, com densidade de 0,80 g cm³, dura, muito fibrosa e de boa durabilidade se mantida seca.
É utilizada apenas em construções rústicas, pontes e bueiros.

Conservação

O butiá-da-serra está avaliada como Em Perigo (EN) no status de conservação da espécie.

Propriedades

Informação adicional

Referências

https://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Butia+eriospatha

https://www.rarepalmseeds.com/butia-eriospatha?search=Butia%20eriospatha

Butia eriospatha (Mart. ex Drude) Becc. butia-veludo, butia-da-serra

Taxonomia

Ordem

Arecales

Família

Arecaceae

Gênero

Butia

Espécie

B. eriospatha

Outros nomes populares

Butiá, butiazeiro, macuma, butiá-veludo, butiá-da-serra, butiá-branco ou butiá-lanoso

Animais relacionados a esta espécie

Como plantar

Introdução

Plantar e cuidar de plantas é uma arte. Se quisermos ter jardins ou ecossistemas vitais, fortes, saudáveis e com todo esplendor, teremos que considerar as preferências específicas de cada espécie e prover as condições que a planta necessita para ficar bem. A arte consiste em plantar cada espécie no local adequado, o qual oferece as condições edafo-climáticas que permitem um bom desenvolvimento da planta.

É muito importante investir um pouco mais de tempo, energias e investimentos logo no começo, pois os primeiros meses após plantio influenciam o desenvolvimento de uma planta enormemente. Se acertarmos logo no início, iremos nos poupar enormes esforços e custos mais tarde. Se não quisermos ter plantas meio mortas, que toda hora ficam pegando pragas e doenças, teremos que providenciar boas condições de vida para as plantas já desde o início.

Abrir o berço

Abra um berço de 60 x 60 x 60 cm.
Na hora de retirar a terra, separe os 20 cm de terra mais superficiais (TERRA  1) e o resto de terra (TERRA 2) criando 2 montes de terra separados. A terra mais superficial contém mais nutrientes e será colocada no fundo do berço mais tarde.
Descompacte a terra retirada o máximo possível.
Crie algumas entradas nos lados do berço, batendo com a ponta da enxada ou com pá, para facilitar a entrada de raízes futuramente.

Preparo da terra

Misture a TERRA 1 com a mesma quantidade de  material orgânico de alta fertilidade e a metade da quantidade de areia.

MIX 1: TERRA 1 (40%) + MO (40%) +  AREIA (20%)

O material orgânico de alta fertilidade pode ser terra de compostagem, terra orgânica, húmus de minhoca ou misturas a base de esterco.
Separe 4 pás desta mistura e coloque o resto no berço.

Separe a TERRA 2  em duas porções iguais. Misture uma metade da TERRA 2 com a mesma quantidade de  material orgânico de alta fertilidade e a metade da quantidade de areia.

MIX 2: TERRA 2 (40%) + MO (40%) + AREIA (20%)

O material orgânico de alta fertilidade pode ser terra de compostagem, terra orgânica, húmus de minhoca ou misturas à base de esterco.

A outra metade não precisa de enriquecimento, pois será utilizada para criar um círculo de terra elevada em volta da muda, o qual irá “segurar” água e nutrientes perto da muda. Isto irá evitar a lixiviação de valiosos nutrientes e melhorar a absorção de água pelo solo.

 

O plantio

Jogue bastante água no berço, e mexa misturando água e terra até a terra virar lama líquida. Coloque então a muda de maneira que o colo dela fique 2 cm abaixo do nível do terreno ao redor. A lama líquida irá auxiliar para acertarmos a altura do colo e vai evitar que bolhas de ar ressequem as raízes, enfraquecendo a planta. Colocar a lama no fundo do berço irá garantir que água estará disponível para a muda nos primeiros dias, facilitando o enraizamento. A terra úmida também irá facilitar a absorção de água de chuva pelo solo.

Preencha o resto do berço com o MIX 2 enriquecida. Tome cuidado para não afundar o colo da  planta. Faça uma leve compressão com as mãos para compactar a terra e retirar bolhas do ar. Não use os pés, pois pressão demais pode danificar as raízes! Procedendo desta maneira, a terra na borda do berço vai estar um pouco mais alta do que perto da muda, fazendo com que a água da chuva e os nutrientes sempre sejam levados para perto da muda.

Implementação de medidas erosivas

Utilize a segunda metade de TERRA 2 (a não enriquecida) para criar uma barreira de terra de 5 a 10 cm de altura em volta da muda.  Tente criar um círculo de 1m de diâmetro. Compacte com as mãos.

Distribua o resto da TERRA 1 (as 4 pás separadas no começo) dentro do círculo criado.

Caso a muda seja plantada num terreno íngreme com declividade acima de 30°, é recomendável criar um “U”, que irá captar e segurar a água de chuva que escorre superficialmente.Em terrenos com declividade acima de 45° recomendamos que a barreira seja feita com bambú ou galhos grossos. Para segurar os galhos no lugar, é necessário fincar duas estacas no solo e colocar os galhos-barreira atravessados, encostando bem no solo.

Para terrenos íngremes em projetos de restauração ecológica ou em plantios em áreas maiores recomenda-se adicionalmente a criação de valas de 10 a 20cm de profundidade correndo igual a curvas de nível.  Estas devem ser implementadas a cada 10 a 15m de altitude. Elas irão desacelerar a água que escorre e poderão ser direcionadas para poças naturais ou poças de drenagem. Quanto mais água de chuva for absorvida pelo solo no local, menos água sobrecarregará os rios, provocando inundações e assoreamentos.

 


Rega

Regue a muda com bastante água (no mínimo 10 litros ). Regue devagar, deixando tempo para o solo absorver a água. Tente não utilizar água clorada, pois o cloro irá matar os valiosos microorganismos do solo. Estes são de extreme importância para o bem-estar das plantas, sendo importantes produtores de nutrientes!

Caso não haja água disponível no local do plantio, recomendamos o procedimento seguinte:
Utilize galhos finos pontiagudos ou longos pregos para criar furos  ( de no mínimo 20 cm ) na terra. Estes facilitarão a absorção da água de chuva e nutrientes.

Recobrimento do solo

É muito importante recobrir o solo ao redor das mudas para diminuir a temperatura do ambiente (o solo nu aquece extremamente e acaba irradiando muito calor, ressecando a muda) e do solo ( temperaturas muito altas do solo dificultam absorção da água de chuva), para criar condições favoráveis para microrganismos produtores de nutrientes e para fornecer os nutrientes necessários para um crescimento saudável das plantas.

Existem duas maneiras de recobrir o solo. A primeira opção é colocar material orgânico ao redor da muda. Neste caso pode ser utilizado praticamente tudo que estiver disponível no local.  Quanto mais picotado, mais  rapidamente o material irá disponibilizar os nutrientes. Podem ser utilizados capins (são excelentes fornecedores de fósforo), folhas de bananeiras (fornecem potássio), serapilheira etc.

Folhas finas e flexíveis costumam se decompor rapidamente, diferente de folhas duras que são difíceis de dobrar ou galhos e toras de árvores. Neste contexto recomenda-se o uso de uma mistura de folhas e galhos finos de malváceas e fabáceas, capins picotados sem inflorescências e partes que possam rebrotar (a parte superior da folha) e folhas, frutos e caules picotados de bananeiras.

Evite usar plantas tóxicas ou aquelas que causam irritações nos olhos ou coceira. Aquilo que não te faz bem provavelmente também irá causar danos a outras plantas. Outra opção para evitar problemas, é observar o entorno das plantas que você pretende coletar para o recobrimento do solo. Plantas com poucas plantas vizinhas provavelmente emitem substâncias que irão inibir um desenvolvimento saudável de outras plantas.

A segunda é o plantio de plantas baixas que servem de forração. Favorecemos esta técnica, pois além da sombra e dos nutrientes produzidos pelas plantas,  suas raízes também facilitam a absorção da água de chuva pelo solo e ajudam a descompactar o solo. Existem diversas espécies de herbáceas adequadas, inclusive algumas “fixadoras” de nitrogênio. Uma ótima opção é a grama-amendoim (Arachis repens), a qual cria um excelente microclima para microrganismos sob as folhas e a qual faz aliança com microrganismos produtores de nitrogênio.

Não recomendamos outras técnicas, pois todas elas são prejudiciais para as plantas. Pedras, vidros e argila expandida aquecem muito no sol, e o calor emitido pode “queimar” a planta. E materiais como casca de pinus emitem substâncias oleosas ou tóxicas nocivas que enfraquecem as plantas.

E o mais importante

Faça tudo isso com amor, carinho e alegria

Aprenda a cuidar

Luminosidade

Necessita de pleno sol para o seu desenvolvimento, no entanto prefere uma sombra esparsa quando jovem.

Solo ideal

Se desenvolve com todo esplendor a pleno sol em solo fértil, úmido, bem drenado com muita matéria orgânica.

Adubação

Requer pouca manutenção.
Basta retirar as folhas secas e adubar duas vezes por ano.
Recubra o solo na área correspondente á copa mais um anel de cerca de 50cm de largura.
O material orgânico pode ser terra de compostagem, misturas á base de esterco, húmus de minhoca ou serapilheira.

Produção de mudas

Produção

Utilize frutos maduros recém-colhidos.
Coloque em um recipiente individual ou sementeira na meia-sombra.

Tempo de germinação

90 a 180 dias

Funções Ecológicas

Créditos de imagens

IMAGENS
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IMAGEM PRINCIPAL
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