ALOUATTA GUARIBA
Os bugios-marrons são primatas arborícolas, que vivem em grupos de 4 a 11 animais.
Se caracterizam pela coloração marrom-avermelhada do seu pelo espesso, mas a qual pode variar de marrom-escuro até um tom bege-loiro. A face não possui pelos e é de cor marrom-escura. Possuem cauda preênsil, a qual é utilizada para manter o equilíbrio ou quando os bugios-marrons forrageiam, pindurados somente pela cauda. Os bugios-marrons-do-sul apresentam dimorfismo sexual, diferente dos bugios-marrons-do-norte.
São animais de hábitos diurnos, que se locomovem lentamente pelas floresta na busca por alimento. Os bugios se locomovem cerca 500 metros todos os dias na busca por alimento. São quadrúpedes que se locomovem se segurando sempre com duas mãos ou uma mão e a cauda nos galhos, diferente de muitos outros primatas que se locomovem via braquiação. No entanto costumam passar grande parte do dia, até 80%, repousando em largos galhos horizontais ou bifurcações largas na copas de árvores.
Os característico dos bugios-marrons é a vocalização por eles emitida. As vocalizações ocorrem durante o dia todo, sendo mais frequentes no início da manhã, o alvorecer e nos encontros com outros grupos.
Ocorrem primariamente na Mata Atlântica em florestas montanas, submontanas e de terras baixas desde o nível do mar até uma altitude de 2.500 metros de altura. São associados às florestas estacionais semidiciduais e florestas ombrófilas. Existem duas sub-espécies: os bugios-marrons-do sul, que vivem na regiões sul e sudeste e os bugios-marrons-do-norte, que podem ser encontrados nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e da Bahia.
Os bugios-marrons são animais de dieta primariamente folívora (cerca 60%), mas eles se alimentam também de frutos (cerca 25%), flores (cerca 10%), sementes, castanhas, plantas aquáticas e invertebrados. Costumam forragear de cabeça para baixo, se segurando somente com a cauda preênsil nos galhos.
Costumam utilizar árvores altas de no mínimo 15 a 20 metros de altura para passar a noite. Costumam utilizar muitas vezes as árvores onde forrageiam como árvore-dormitório.
O status de conservação dos bugios-marrons é avaliado como “Vulnerável” (VU) pela IUCN (União Internacional para a conservação da natureza). O número de animais existentes para a subespécie bugio-marrom-do-norte é estimado em somente 250 animais sobreviventes.
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Características
Os bugios-marrons se caracterizam pela coloração marrom-avermelhada do seu pelo espesso, mas a qual pode variar de marrom-escuro até um tom bege-loiro. A face não possui pelos e é de cor marrom-escura. Possuem cauda preênsil, a qual é utilizada para manter o equilíbrio ou quando os bugios-marrons forrageiam, pindurados somente pela cauda. Os bugios-marrons-do-sul apresentam dimorfismo sexual, diferente dos bugios-marrons-do-norte.
Comportamento
Os característico dos bugios-marrons é a vocalização por eles emitida. As vocalizações ocorrem durante o dia todo, sendo mais frequentes no início da manhã, alvorecer e nos encontros com outros grupos.
A atividade predominante durante o dia é o descanso. O repouso pode ocorrer a qualquer momento, sendo mais frequente entre as 10 e 14 horas. Nesta ocasião os animais costumam deitar em largos galhos horizontais ou bifurcações largas na copas de árvores.
Os bugios se locomovem cerca 500 metros todos os dias na busca por alimento. São quadrúpedes que se locomovem se segurando sempre com duas mãos ou uma mão e a cauda nos galhos, diferente de muitos outros primatas que se locomovem via braquiação.
Alimentação
Os bugios-marrons são animais de dieta primariamente folívora (cerca 60%), mas eles se alimentam também de frutos (cerca 25%), flores (cerca 10%), sementes, castanhas, plantas aquáticas e invertebrados. Costumam forragear de cabeça para baixo, se segurando somente com a cauda preênsil nos galhos.
Árvores da família das fabáceas são de grande importância para os bugios-marrons, suas folhas sendo o alimento preferido dos mesmos. As espécies que se destacam neste contexto são o jacarandá-do-campo (Platypodium elegans), o monjoleiro (Senegalia polyphylla), ingá-de-metro (Inga edulis) e o jacarandá-branco (Machaerium stipitatum). Além disso também adoram folhas de embaúbas.
Se alimentam também de flores, principalmente na estação seca, quando estas fornecem , além de alimento, umidade e água. Aqui se destacam as flores da paineira (Ceiba speciosa), o ingá-de-metro (Inga edulis), o ipê-amarelo-do-cerrado (Handroanthus ochraceus), o ipê-branco (Handroanthus roseo-albus), a garapa (Apuleia leiocarpa), jacarandá-do-campo (Platypodium elegans), o monjoleiro (Senegalia polyphylla), o angico-branco-do-morro (Anadenanthera peregrina) e a flor-de-são-joão (Pyrostegia venusta).
Entre os frutos preferidos dos bugios-pretos estão frutos grandes suculentos como guabirobas, uvaias, bacuparis, figos, araticuns, caqui-de-cerrado, ingás , frutos de palmeiras, figueiras, embaúbas, eugenias, copaíbas e ocoteas.
Abrigo
Costumam utilizar árvores altas de no mínimo 15 a 20 metros de altura para passar a noite. Costumam utilizar muitas vezes as árvores onde forrageiam como árvore-dormitório. As espécies utilizadas como árvores-dormitório são garapas (Apuleia leiocarpa), amendoim-bravo (Pterogyne nitens), paineiras (Ceiba speciosa), sete-capote (Campomanesia guazumifolia), ipê-rosa-de-bola (Handroanthus impetiginosus), monjoleiro (Senegalia polyphylla), figueira-branca (Ficus eximia), ingá-de-metro (Inga edulis) e jacarandá-do-campo (Platypodium elegans).
Água
Os bugios-marrons costumam beber água de ocos de árvores ou de bromélias, as quais devem ser consideradas de grande importância para a sobrevivência de bugios-marrons. Raramente descem das árvores para beber de poças de água no solo.
Distribuição geográfica e Habitat
O bugio-marrons ocorrem no Brasil e na Argentina. No Brasil podem ser encontrados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Ocorrem primariamente na Mata Atlântica em florestas montanas, submontanas e de terras baixas desde o nível do mar até uma altitude de 2.500 metros de altura. São associados às florestas estacionais semidiciduais e florestas ombrófilas.
Existem duas sub-espécies: os bugios-marrons-do sul, que vivem na regiões sul e sudeste e os bugios-marrons-do-norte, que podem ser encontrados nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e da Bahia.
Reprodução
Os bugios são animais de hábitos socias, que passam uma pequena parte do dia interagindo e brincando. As fêmeas costumam ter somente um filhote por vez, do qual elas cuidam sozinhas. Os filhotes machos adultos costumam deixar o grupo quando alcancam a maturidade sexual.
Conservação
O status de conservação dos bugios-marrons é avaliado como “Vulnerável” (VU) pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). O número de animais existentes para a subespécie bugio-marrom-do-norte é estimado em somente 250 animais sobreviventes.
As principais ameaças para os bugios-marrons são a perda e degradação de habitat, a caça, a febre amarela e agressões humanas. O surto de febre amarela de 2008-2009 extingui populações inteiras localmente, não só devido à ação do vírus, mas também devido à violência humana, resultado da crença errônea de que os animais seriam os causadores da doença.
Recomendações para profissionais de restauração ecológica e conservação animal
Bugios-marrons possuem funções ecológicas muito importantes para os ecosistemas nos quais vivem. Eles são importantes dispersores de sementes e frutos, contribuíndo desta maneira para a auto-regeneração destes ecosistemas. Além disso eles contribuem de maneira significativa para a saúde das plantas, reduzindo o número de invertebrados que podem danificar e enfraquecer as espécies vegetais, já que os invertebrados fazem parte do seu cardápio preferido.
Além disso, os bugios-marrons são uma espécie animal muito importante para a auto-regeneração das florestas, pois possuem bocas grandes e portanto conseguem engolir sementes e frutos grandes por inteiro. Sem a dispersão de frutos grandes, as florestas tropicais iriam perder os estratos altos, já que existe uma correlação entre o tamanho do fruto e a altura das árvores. A perda dos estratos altos, que fornecem a sombra para as espécies vegetais sensíveis ao sol, iria certamente induzir a perda de uma enorme biodiversidade animal e vegetal, criando florestas que diferem enormemente daquelas que conhecemos hoje em dia. É por esta razão que a presença de animais de grande porte como os bugios-marrons é indispensável para a sobrevivência das florestas tropicais.
Referências
https://www.iucnredlist.org/es/species/39916/190417874
https://www.researchgate.net/publication/315416546_ATLANTIC-FRUGIVORY_A_plant-frugivore_interaction_dataset_for_the_Atlantic_Forest
https://www.researchgate.net/publication/328275640_ATLANTIC-PRIMATES_a_dataset_of_communities_and_occurrences_of_primates_in_the_Atlantic_Forests_of_South_America
https://www.researchgate.net/publication/6257894_Fruit_diet_of_Alouatta_guariba_and_Brachyteles_arachnoides_in_Southeastern_Brazil_Comparison_of_fruit_type_color_and_seed_size
https://www.researchgate.net/publication/297485409_Seed_dispersal_and_germination_by_the_brown_howler_monkey_Alouatta_guariba_clamitans_Cabrera_1940_in_an_area_of_Atlantic_Forest_in_Southern_Brazil
https://www.researchgate.net/publication/349443387_Flower_consumption_ambient_temperature_and_rainfall_modulate_drinking_behavior_in_a_folivorous-frugivorous_arboreal_mammal
Taxonomia
Classe
Mammalia
Ordem
Primates
Família
Atelidae
Gênero
Alouatta
Espécie
A. guariba
Outros nomes populares
Bugio-ruivo
Nome em inglês
Brown howller monkey
Plantas alimento para esta espécie
Plantas Fornecedoras de agua
Plantas abrigo para esta espécie
Funções ecológicas
Dispersores de sementes
Os bugios-marrons são importantíssimos dispersores de sementes, assim como todos os primatas de grande porte. Por possuirem bocas grandes, eles são capazes de engolir frutos e sementes grandes por inteiro, os quais acabam dispersando nas suas trajetórias, através das suas fezes. Além disso se deslocam pelas copas levando frutos nas mãos com eles, parte dos quais acabam deixando cair. E outros ainda são derrubados na hora da colheita ou pela sua locomoção, estes frutos podendo ser dispersos por animais terrestres.
Desta maneira eles contribuem de maneira significativa para mater a floresta biodiversa e stratificada, pois existe uma correlação entre tamanho de fruto e tamanho de semente. Sem animais de grande porte perderíamos os extratos mais altos das florestas tropicais e a consequente perda de sombra criada pelas árvores altas acabaría induzindo a perda de inúmeras espécies que não toleram muita luz ou insolação direta. O resultado seríam florestas completamente diferentes daquelas que conhecemos hoje em dia.
Sem animais de grande porte, as florestas tropicais serão incapazes de continuar a existir do jeito que as conhecemos hoje em dia: altamente biodiversas, estratificadas e resilentes a condições ambientais adversas.
Aceleradores de fluxos genéticos - dispersão de sementes
Os bugios-marrons contribuem de maneira significativa para acelerar os fluxos genéticos, por serem dispersores de frutos e sementes. Neste contexto eles se destacam por terem o hábito de se deslocar por boas distâncias diariamente, sendo portanto excelentes aceleradores de fluxos genéticos.
Facilitadores de germinação de sementes
Estudos mostram que sementes, as quais passaram pelo sistema digestivo de animais, mostram taxas de germinação muito mais altas do que aquelas que não foram processadas por animais.
Adicionalmente, a retirada da polpa da fruta e a cobertura das sementes com os sucos gástricos, dificulta o ataque de fungos às sementes. Isto aumenta as chances da semente poder virar uma muda saudável futuramente. Este processo é de enorme importância para as espécies que possuem longos tempos de germinação, como é o caso de muitas espécies de palmeiras.
Regneradores de solo - Adubadores
As fezes defecadas com as sementes acabam fertilizando o solo, oferecendo nutrientes para a muda na fase inicial do seu desenvolvimento.
Regeneradores de solo – Fornecedores de biomassa
Bugios-marrons são excellentes fornecedores de biomassa, já que costumam derrubar material orgânico morto ao se locomoverem pelas copas.. Além disso eles fornecem material orgânico através de suas fezes e dos frutos, galhos e folhas que descartam, jogando-los no chão.
Todo este material orgânico ajuda a criar a importante camada de húmus fértil e úmido, indispensável para o crescimento vital e saudável de plantas em florestas tropicais.
Controladores de pragas
Bugios-marrons se alimentam de invertebrados, contribuindo para o seu controle populacional. Muitos invertebrados afetam de maneira negativa a saúde e o crescimento vital de plantas.
Sequestro de carbono
Florestas com árvores de madeira com alta densidade ou com aquelas que possuem uma alta longevidade, favorecem um maior sequestro de carbono. O mesmo vale para florestas estratificadas, onde vamos ter plantas gerando biomassa em vários níveis o tempo todo, estocando carbono.
Bugios-marrons favorecem a criação deste tipo de floresta, pois são dispersores de uma grande variedade de plantas. Ajudam a manter as florestas altamente estratificadas e possibilitam a dispersão de árvores de densidade madeireira alta, com alta capacidade de sequestro de carbono.
Árvores de alta densidade madeireira e alta longevidade são geralmente as espécies arbóreas dos estratos altos e emergentes. Quanto mais alta a árvore, mais provável é o fato dela possuir alta densidade madeireira. Bugios-marrons fazem parte do time de animais dispersores dos frutos destas árvores, pois seu habitat são exatamente estes estratos, onde costumam forragear.
Dispersando as sementes destas espécies, facilitando a germinação e adubando a mudas, e gerando biomassa, ajudam a aumentar a capacidade de sequestro de carbono.
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