DIDELPHIS ALBIVENTRIS
Os gambás-de-orelha-branca possuem feições muito simpáticas, mas seu pelo escasso e a cauda sem pelo muitas vezes acabam passando a impressão de serem animais doentes ou descuidados, razão pela qual muitas vezes se vêem expostos à maus tratos. Estes preconceitos e a falta de conhecimentos de suas valiosas contribuições ecológicas infelizmente explicam a grande violência que estes corajosos animais vêm sofrendo. Neste contexto é importante destacar que o gambá é um marsupial, não é um roedor! O único marsupial americano e ele não contrai a raiva!
Galeria de imagens
Comportamento
Os gambás-de-orelha-branca são animais com hábitos noturnos. Eles passam o dia dormindo em cavernas no solo, brechas entre pedras ou em espaços ocos em árvores. Somente de noite eles saem dos seus esconderijos à procura de alimentos. Mesmo sendo bons escaladores e nadadores, eles normalmente se locomovem pelo chão, subindo em árvores somente para escapar de seus predadores ou quando estas lhes oferecem recursos alimentares.
Gambás são animais de grande inteligência. Quando se sentem ameaçados eles usam a técnica de se fingirem de mortos. Nesta ocasião ficam sem se mexer por longos períodos de tempo, até o predador perder o interesse.
Alimentação
Os gambás fazem parte do time dos megaatletas das florestas. Devido à suas enormes capacidades motoras conseguem subir e descer em árvores ou construções com grande facilidade, senao ótimos nadadores e superágeis no solo. A sua grande capacidade de adaptacão se deve principalmente á esses talentos motores e ao fato deles serem pouco exigentes quanto aos alimentos que consomem. São onívoros que se alimentam de praticamente tudo – frutos, folhas e sementes, ovos, pequenos mamíferos, aves, escorpiões e tudo que acharem nas lixeiras das habitações humanas.
Os frutos preferidos dos gambás são pitangas, jaracatiás, guabirobas, figueiras, framboesas-do-mato, frutos de ora-pro-nobis, frutos de embaúbas, palmeiras e pimentas.
Reprodução
Os filhotes do gambá pesam cerca 0,13g ao nascer(20 deles caberiam numa colher de chá!). Logo depois de nascerem os embriões acabam tendo que alcançar as tetas dentro do marsúpio ( a “bolsa“ da mãe). Eles passam os primeiros 50 dias de vida grudados nestas tetas e não saem do marsúpio da mãe antes de 70 dias após o nascimento. A mãe costuma carregá-los nas costas depois de sairem da bolsa. E mesmo já maiores, ela os carrega por grandes distâncias.
Recomendações para profissionais de restauração ecológica e conservação animal
Na verdade, os gambás deveriam ser muito apreciados, devido ao fato de serem uma espécie-chave para a manutenção das florestas, pois excercem várias funções ecológicas indispensáveis para a manutenção, o equilíbrio ecológico e a autossustentabilidade das florestas.
Neste contexto é importante mencionar que os gambás são importantes consumidores de frutos e sementes, fazendo parte da legião de “semeadores“ de plantas responsáveis pela autorregeneração das florestas.
Os gambás ainda possuem outra função importantíssima. Gambás se alimentam de carrapatos e chegam a consumir 5000 carapatos por ano!!! Com isto eles exercem uma função muito importante no controle populacional dos carrapatos, os quais são grandes transmissores de doeças, contribuindo desta maneira para o bem-estar de todas as demais espécies animais.
Além disso devem ser considerados uma espécie-chave para a dispersão de microorganismos, os quais são indispensáveis para a regeneração dos solos e um crescimento saudável de plantas. Neste contexto os gambás se destacam, já que ficam revirando o solo com as suas patas, levando solo e microorganismos com eles quando seguem para outros lugares na busca por alimento. Todos os animais terrestres possuem esta função, mas aqueles que ficam revirando o solo certamente se destacam em relação à esta função.
Além disso, os gambás são exímios predadores de animais peçonhentos como cobras e escorpiões, sendo importantes para controlar as populações destes animais tanto nas áreas urbanas como também dentro dos ecossistemas naturais. Os gambás são capazes de suportar até 80 mordidas de cascavel ou cobras coral. Graças a eles, existe um antídoto contra veneno de cobra!
O gambá é um dos poucos animais que é imune ao veneno de certas cobras como a jararacas e cascavéis. Assim sendo, muitas cobras fazem parte do seu cardápio. O mesmo vale para escorpiões que também fazem parte da sua dieta. Neste contexto pode ser muito útil ter um gambá no quintal, pois a presença dele é praticamente uma garantia para o espaço ficar livre de animais perigosos.
Deve-se mencionar ainda que os gambás fazem parte do cardápio de muitos grandes felinos, contribuíndo desta maneira para a sobrevivência destas espécies.
Infelizmente os gambás são pouco apreciados – injustamente como vimos agora. Na verdade merecem o nosso amor e respeito por suas valiosas contribuições para manter os ecossistemas em equilíbrio.
Referências
https://www.researchgate.net/publication/315416546_ATLANTIC-FRUGIVORY_A_plant-frugivore_interaction_dataset_for_the_Atlantic_Forest
Taxonomia
Classe
Mammalia
Ordem
Didelphimorphia
Família
Didelfiídeos
Gênero
Didelphis
Espécie
D. albiventris
Créditos de imagens
IMAGEM PRINCIPAL
Mauricio Mercadante
OUTRAS IMAGENS
shutterstock_760659391 – Waldemar Manfred Seehagen
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shutterstock_1299889690 – Guilherme de Melo
shutterstock_2141567979 – Rob Jansen
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FOTOS DOS FRUTOS
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